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Palmas/TO - Brasil,  
 


Hepatites

   As hepatites virais são doenças causadas por diferentes vírus,  de distribuição universal, que têm em comum o hepatotropismo ( atração pelo fígado). Possuem semelhanças do ponto de vista clínico-laboratorial, mas apresentam importantes diferenças epidemiológicas e quanto à sua evolução. Os últimos 50 anos foram de notáveis conquistas no que se refere à prevenção e ao controle das hepatites virais. Os mais significativos progressos foram a identificação dos agentes virais, o desenvolvimento de testes laboratoriais específicos, o rastreamento dos indivíduos infectados e o surgimento de vacinas protetoras.

   A hepatite A constitui-se em grave problema de saúde pública, principalmente em regiões de precárias condições de saneamento e de desenvolvimento. O Vírus da hepatite A (VHA) é um vírus de contaminação quase que exclusivamente por via fecal-oral (são muito raros os casos de infecção por via sanguínea). A doença, em geral, apresenta-se autolimitada, sem evolução para cronicidade, sendo mais comuns na infância, quando o quadro clínico, geralmente é assintomático. O quadro clínico é caracterizado por dor abdominal, icterícia (olhos amarelos), falta de apetite, vômitos, febre..., sendo mais comum no adulto. Uma pequena parte desses pacientes podem evoluir para hepatite fulminante e morte. 

   A infecção pelo vírus da hepatite B (VHB) é um dos mais sérios problemas de Saúde Pública no mundo. Estima-se que 2 bilhões de pessoas já tenham tido contato com o VHB alguma vez em suas vidas, e que, destes 350 milhões (ou cerca de 5,5% da população mundial) permaneçam como portadores crônicos desse vírus distribuídos em várias regiões do mundo.  Um milhão de pessoas ao redor do mundo morrem anualmente em conseqüência de doença hepática crônica B. Considerando que muitos indivíduos infectados são assintomáticos e que as infecções sintomáticas são insuficientemente notificadas, a freqüência da hepatite B é, certamente, ainda subestimada.

   O Ministério de Saúde estima que, no Brasil, pelo menos 15% da população já esteve em contato com o vírus da hepatite B e que 1% da população apresenta doença crônica relacionada a este vírus.
Cerca de 15 a 20% dos adultos com hepatite crônica B progridem para doença hepática progressiva, cirrose e suas complicações, com curso lento, que pode levar 20  a 30 anos, para se manifestar. Cerca de 5%  se tornan portadores crônicos, evoluindo inexoravelmente para hepatite crônica, carcinoma hepatocelular e cirrose.

   As formas de contaminação estão associados ao contato com sangue contaminado ( transfusão de sangue, relação sexual, seringa contaminada...).O Início do tratamento vai depender do estágio de evolução da doença e de uma avaliação médica criteriosa. As medicações utilizadas são fornecidas gratuitamente pela rede pública.

   A hepatite C é uma doença crônica e silenciosa, levando cerca de 85% dos seus infectados a tornarem-se portadores crônicos e destes, 20% evoluirão para cirrose, sendo que 5% desenvolverão carcinoma hepatocelular . No Brasil, existem cerca de 2 milhões de infectados, e 2,12% na região norte (Sociedade Brasileira de Hepatologia). No Tocantins, segundo dados da Secretária Estadual de Saúde, de 2000 a 2005, entre os casos de hepatites (A, B, C, D), 7,6% são relacionados à Hepatite C. As formas de contaminação estão associadas ao contato com sangue contaminado, principalmente transfusão de sangue. O quadro clínico, é inespecífico e muitos pacientes descobrem que são portadores de Hepatite C, durante exames de rotina ou quando aparecem sinais da doença crônica ( sangramento digestivo, aumento do volume abdominal, perda de peso, queda de plaquetas...).O tratamento, quando indicado, também é disponibilizado pela rede pública e leva à cura da doença. Atualmente existem vacinas para hepatite A e B, que são disponibilizada na rede pública gratuitamente, para grupos selecionados.