Notícias
Notícias Antigas (Clique Aqui)
Palmas/TO - Brasil,  
 


Orientações e Dietas

GASTRITE E DISPEPSIA


Sintomas como digestão difícil, náuseas, vômitos, saciedade precoce, empachamento, desconforto ou dor de estômago que na maioria das vezes ocorrem em virtude de alterações nos movimentos de contrações do estômago e do início do inestino (duodeno), ou simplesmente porque o estômago de algumas pessoas é mais sensível.
Em outros casos, os mesmos sintomas podem ser decorrentes de lesões ou de doenças do estômago e do duodeno (úlcera / cancer) ou por doenças da vesicular e do pancreas. O exame mais indicado para um diagnóstico seguro é a endoscopia.

O que se deve fazer para tratar ou até mesmo evitar esses sintomas?
- Mudar hábitos comportamentais e alimentares: evitar alimentos de difícil digestão como frituras, gorduras, doces concentrados, chocolates, condimentos fortes (pimenta, pimentão, pcles, beringela) e outros. Evitar aqueles alimentos que “não caem bem”, evitar comer e beber em excesso e também mastigar inadequadamente os alimentos;
- Alimentar-se ao menos 3 vezes ao dia, evitando jejum prolongado;
- Comer devagar e mastigar bem os alimentos;
- Evitar comer logo antes de dormir à noite;
- Evitar bebidas pretas como café, coca-cola, chá de mate e refrigerantes em geral;
- Evitar bebidas alcoólicas.

Além de cuidar com a alimentação, existem medicamentos que podem auxiliar no controle dos sintomas:
- Medicações pró-cinéticas, ou seja, aquelas que ajudam a esvaziar o estômago mais rapidamente podem auxiliar na digestão;
- Medicamentos que diminuem a acidez do estômago são eficientes para combater a dor e a queimação.

 

HELICOBACTER PYLORI

Helicobacter pylori é uma espécie de bactéria que infecta o revestimento mucoso do estômago humano. Muitas úlceras pépticas, alguns tipos de gastrite são causados pela infecção por H. pylori, apesar de a maioria dos humanos infectados nunca chegar a manifestar qualquer tipo de complicação relacionada com a bactéria.

INFECÇÃO
A infecção pode ser sintomática ou assintomática (não apresenta os sintomas da doença). Estima-se que até 70% das infecções são assintomáticas e que aproximadamente 2/3 da população mundial são infetadas pela bactéria, tornando-se a infecção mais difundida no mundo.
As bactérias têm sido isoladas de fezes, saliva e placa dentária de pacientes infetados, sugerindo vias gastro-oral e/ou fecal-oral como possíveis vias de transmissão.
Devido a incapacidade do sistema imunológico em eliminar esse microorganismo, acredita-se que na ausência de tratamento, a primeira infecção por H. pylori pode persistir por toda a vida. Porém nos idosos é provável que a infecção pode desaparecer à medida que a mucosa do estômago vai se atrofiado e inviabilizando a infecção.

DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da infecção pode ser feito através de dois tipos principais de exames:  - Exames não-invasivos: teste respiratório da ureia e detecção de anticorpos anti-H. pylori no sangue ou nas fezes (o que não significa a presença de uma infecção ativa porque mesmo após a terapia de erradicação, os indivíduos podem manter os anticorpos anti-H. pylori durante vários anos, mesmo não estando infectados).
- Exames invasivos: endoscopia digestiva alta com colheita de biopsias gástricas. Nestas biopsias, podem ser realizados exames como o teste rápido da urease, a detecção histológica/imunohistoquímica da bactéria, bem como a cultura microbiana.

TRATAMENTO
- Indicações:
• Úlcera gastroduodenal, ativa ou cicatrizada.
• Linfoma MALT de baixo grau.
• Pós-cirurgia para câncer gástrico avançado, em pacientes submetidos a gastrectomia parcial.
• Pós-ressecção de câncer gástrico precoce (endoscópica ou cirúrgica).
• Gastrite histológica intensa.
- Outras indicações:
• Pacientes de risco para úlcera/complicações que utilizarão AINEs.
• Pacientes com história prévia de úlcera ou hemorragia digestiva alta (HDA) que deverão usar AINEs inibidores específicos ou não da COX-2.
• Indivíduos de risco para câncer gástrico.
• Pacientes de risco para úlcera ou complicações que deverão usar cronicamente derivados do ácido acetilsalicílico (AAS), mesmo em doses baixas.



- Esquemas de tratamento:
1) Inibidor de bomba protônica (IBP) em dose padrão + amoxicilina 1,0 g + claritromicina 500 mg, duas vezes ao dia, durante 7 dias.
2) IBP em dose padrão, uma vez ao dia + claritromicina 500 mg duas vezes ao dia + furazolidona 200 mg duas vezes ao dia, durante 7 dias.
3) IBP em dose padrão, uma vez ao dia + furazolidona 200 mg três vezes ao dia + cloridrato de tetraciclina 500 mg quatro vezes ao dia, durante 7 dias.

- Controle da erradicação deverá ser verificado:
• Úlcera duodenal.
• Úlcera gástrica.
• Linfoma MALT de baixo grau
• À critério medico
Deve ser realizado, no mínimo, oito semanas após o final da medicação. Feita através do teste respiratório com uréia marcada (não usualmente disponível no Brasil) ou por novo exame endoscópico, através de histologia.

- Re-tratamento:
Após a falência de um dos tratamentos iniciais propostos, recomenda-se mais duas tentativas de tratamento, com duração, de 10 a 14 dias, não se repetindo ou estendendo o esquema inicial.
Os esquemas a serem utilizados dependem do tratamento inicial.

Se foi utilizado IBP + amoxicilina + claritromicina ou IBP + furazolidona + claritromicina
Primeira opção:
IBP em dose plena + sal de bismuto 240 mg + furazolidona 200 mg + amoxicilina 1,0 g (podendo ser substituída pela doxiciclina 100 mg), administrados duas vezes ao dia, durante 10 ou 14 dias.
Segunda opção:
IBP (dose plena) bid + levofloxacina 500 mg uid + amoxicilina 1,0 g bid por 10 dias, ou IBP em dose plena + levofloxacina 500mg + furazolidona 400 mg, administrados em dose única diária, durante 10 dias.

Se o esquema inicial foi IBP + furazolidona + tetraciclina
Primeira opção:
IBP em dose plena + amoxicilina 1,0 g + claritromicina 500 mg, administrados duas vezes ao dia, durante 7 dias.
Segunda opção:
IBP em dose plena + sal de bismuto 240 mg + furazolidona 200 mg + amoxicilina 1,0 g (podendo ser substituída pela doxiciclina 100 mg), administrados duas vezes ao dia, durante 10 ou 14 dias.




SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL


A síndrome do intestino irritável (SII) apresenta-se como um conjunto de queixas (sintomas) provocadas pelo mau funcionamento do intestino. Os sintomas mais comuns são dor e/ou desconforto abdominal, diarréia e/ou constipação.
Atinge cerca de 15% a 20% da população, porém a grande maioria (70% a 90%) não procura atendimento médico. Acomete mais mulheres que homens, podendo afetar qualquer idade, sendo mais comum dos 15 aos 44 anos.

- Sintomas: os sintomas mais frequentes são diarréia, constipação ou ambos, intercalados com períodos de evacuação normal.
a-) Diarréia: evacuações frequentes com fezes amolecidas de pequeno ou médio volume. A diarréia é acompanhada de dor e de eliminação de muco. Urgência para evacuar e sensação de evacuação incompleta são constantes.
b-) Constipação: dificuldade para eliminar as fezes de consistência endurecida. Esforço e dor para evacuar, baixa frequência de evacuações e sensação de evacuação incompleta.
c-) Outros sintomas: dor e distensão abdominal, eructações (arrotos) frequentes, azia, nausea e empachamento. Dor de cabeça e irritação também podem estar presentes.

- Causas:
a-) Fatores psicológicos: a SII pode estar relacionada a fatores psicológicos e alterações de comportamento como ansiedade, alterações de humor, tristeza, depressão e distúrbios do sono.
b-) Aumento da atividade dos movimentos intestinais: os pacientes com SII apresentam resposta exagerada e inadequada dos movimentos intestinais aos estímulos da ingestão de alimentos, tensão psicológica e outros.
c-) Aumento da sensibilidade à dor: sensibilidade exacerbada aos estímulos dolorosos na região abdominal.
d-) Infecção intestinal: infecções intestinais prévias podem ser responsáveis pelo aparecimento da SII em algumas pessoas.

- Dicas Alimentares:
a-) Evitar alimentos que estimulem a produção de gases no intestino ou que irritem as paredes intestinais;
b-) Refeições exageradas e alimentos gordurosos devem ser evitados, porque aumentam os movimentos do intestino;
c-) O álcool desencadeia espasmos do colon e deve ser evitado;
d-) Evitar alimentos ricos em sorbitol como adoçantes dietéticos, pêssego, ameixa, cereja, maçã, pêra, chocolate e doces em pasta.
e-) Evita alimentos ricos em fructose devido ao aumento na produção de gases;
f-) Pacientes com SII podem ser intolerantes à lactose e os laticínios devem ser evitados;
g-) Evitar alimentos ricos em cafeína e alimentos picantes e produtores de gás;
h-) É altamente recomendável a adoção de uma dieta rica em fibras de forma gradativa para melhorar a função intestinal;
i-) Cuidar do aspecto psicológico, isto é, de fatores como a ansiedade, estresse e irritação. Dar ênfase a atividades como ioga e caminhadas;
j-) Se necessário, seu médico prescreverá medicações  que ajudarão no controle dos sintomas da SII.

 


CONSTIPAÇÃO INTESTINAL

A constipação intestinal também é conhecida como prisão de ventre e é caracterizada pela diminuição na frequência das evacuações, associada à dificuldade em evacuar devido às fezes endurecidas e ressecadas.

- Sintomas:
a-) Dor provocada pelo esforço de evacuar;
b-) Sangramento anal;
c-) Sensação de evacuação incompleta;
d-) Fecaloma;
e-) Número reduzido de evacuações é a principal queixa dos pacientes.

- Consequências da constipação:
a-) Diverticulose: são os divertículos no intestino grosso, ou seja, áreas de enfraquecimento da parede do intestino;
b-) Hemorróidas: varizes na região anal que podem sangrar, além de causar incômodo e até mesmo coceira na região;
c-) Fissuras anais: pequenos “cortes”na região anal devido ao esforço para evacuar e fezes ressecadas. Causam dor, sangramento e ardência ao evacuar;
d-) Câncer do intestino: devido à demora do trânsito intestinal, com consequente aumento na formação e maior contato das substâncias cancerígenas encontradas nas fezes com a parede do intestino grosso, além de alteração da flora intestinal.

- Causas da constipação:
a-) Baixa ingestão de alimentos ricos em fIbras e baixa ingestão de líquidos;
b-) Idade avançada, gravidez, obesidade, falta de exercícios físicos, uso abusivo de laxantes

- Dicas para tratar e previnir a constipação intestinal:
a-) Ingerir aproximadamente 30 gramas de fibras alimentares ao dia;
b-) Manter uma alimentação rica em fibras, frutas, verduras, legumes e cereais;
c-) Fazer refeições regulares, comendo devagar e mastigando bem os alimentos;
d-) Evitar alimentos constipantes como massas com farinhas refinadas, batata, chocolate, chá-mate e chá-preto;
e-) Beber líquidos com abundância, no mínimo 1,5 litro ao dia;
f-) Evitar uso de laxativos;
g-) Fazer exercícios físicos com regularidade, no mínimo três vezes por semana.

"MODIFICAR O ESTILO DE VIDA E ESPECIALMENTE AUMENTAR A INGESTÃO DIÁRIA DE FIBRAS NÃO TRATA APENAS A CONSTIPAÇÃO, MAS PODE PREVINIR E AUXILIAR NO TRATAMENTO DE DOENÇAS"

 

HEMORRÓIDAS

É uma estrutura anatômica normal, o conjunto dos plexos venosos anorretais, que são responsáveis por proteger o canal anal, ajudar a manter a continência fecal e realizar drenagem venosa da região. Chamamos de doença hemorroidária a dilatação dessas veias, acompanhadas ou não de inflamação, hemorragia ou trombose das mesmas. Estima-se que a incidência de hemorróidas na população geral seja inferior a 5%. A principal queixa relacionada à doença hemorroidária é o sangramento ocasional, ao redor das fezes, de sangue "vivo", com a presença ou não de mamilo observado à palpação. A presença de dor à evacuação é mais característica de fissura ou abscesso, mas também pode ocorrer na doença hemorroidária se houver inflamação ou trombose venosa.

- Causas:
a-) Diarréia e/ou constipação (prisão de ventre)
b-) Hipertensão arterial
c-) Obesidade
d-) Gravidez
e-) Tabagismo
f-) Álcool

- Classificação:
As hemorróidas são classificadas de duas formas: quanto à sua localização (interna ou externa) e quanto ao seu grau (1º, 2º, 3º e 4º graus) no caso das internas:
Grau I: aumento no número e tamanho das veias hemorroidárias, mas não há prolapso;
Grau II: mamilos hemorroidários se apresentam fora do canal anal no momento da evacuação, mas retornam espontaneamente para o dentro do canal anal;
Grau III: ocorre o prolapso hemorroidário, mas este necessita de ajuda manual para o seu retorno para o canal anal;
Grau IV: prolapso hemorroidário permanente e irredutível, o que traz maior desconforto ao paciente.

- Sintomas:
Os sintomas mais comuns das hemorróidas internas são o sangramento, o prolapso e a dor. O sangramento está associado à evacuação, não misturado às fezes e cor vermelho "vivo". O prolapso hemorroidário é a saída dos mamilos hemorroidários no momento da evacuação. A dor é um sintoma menos comum na hemorróida interna, e em geral está associado a trombose e a gangrena.
As hemorróidas externas apresentam como principais sintomas a dor e o abaulamento, principalmente, quando associados à trombose. Este abaulamento se caracteriza por uma nodulação azulada ou vinhosa, e dolorosa ao toque. Dependendo do tamanho desta trombose externa, ela poderá ser tratada clinicamente ou com excisão (ressecção) local.

- Tratamento clínico:
Este tratamento clínico tem como objetivo o alivio temporário dos sintomas, consistindo de cuidados locais e a orientação com a dieta. Localmente, o paciente deverá realizar higiene anal somente com água, sem a utilização de papel higiênico, banhos de assento com água morna para que haja um efeito anti-inflamatório, e utilizar pomadas analgésicas e anestésicas. Nos casos com dor anal forte, os analgésicos por via oral também podem ser utilizados. A dieta deverá ser rica em fibras, para que as fezes se tornem mais pastosas, diminuindo o esforço de evacuação, reduzindo o trauma da região anal (ver dieta para constipação).

- Tratamento cirúrgico:
O tratamento cirúrgico é realizado em centro cirúrgico, e o procedimento é realizado sob anestesia. Consiste na ressecção dos mamilos hemorroidários, e está indicado nas hemorróidas internas Graus III e IV, nos casos em que as hemorróidas internas estão associadas às externas, nos casos que evoluem com trombose hemorroidária (devido a dor intensa) e quando os procedimentos ambulatoriais não se mostraram efetivos.
No pós-operatório o paciente realiza banhos de assento, utiliza pomadas analgésicas/anestésicas, recebe analgésicos potentes e faz dieta rica em fibras.